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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

DETECTADOR DE PLÁGIO

Uso e recomendo
JD

Farejador de plágio
Programa de computador desenvolvido por um professor universitário de Santos promete acabar com a cópia de trabalhos prontos

Edinaldo Andrade
Fernando Macedo: desenvolvimento do software começou quando ele ainda era estudante
Considerado "dedo duro" por muitos estudantes, o Agente de Busca de Similaridades é um software criado para apontar plágios em trabalhos e pesquisas escolares, a partir de textos publicados na internet. O software é capaz de analisar, ao mesmo tempo, até 36 arquivos no formato 'doc' ou 'txt', apontando a porcentagem de plágio, além de gerar relatórios que podem ser impressos para comprovar a fraude.

A arapuca cibernética vem sendo utilizada por alguns professores universitários da região da Baixada Santista e já pegou no pulo diversos alunos, revela o criador do programa, Fernando Campos de Macedo, professor de ciências da computação na Universidade Católica de Santos (UniSantos).

Macedo lembra que o plágio intelectual, seja nas escolas ou nas universidades, é crime. Segundo ele, o maior problema está nos trabalhos de conclusão de curso, como dissertações ou teses, nos quais o professor confere veracidade à pesquisa científica.

Ana Lúcia Pegetti, professora do curso de sistema de informação da Faculdade do Litoral Sul Paulista (FALS), em Praia Grande, chegou a reprovar o trabalho de conclusão de curso (TCC) de um grupo de estudantes, depois de utilizar o programa por suspeitar da autenticidade do trabalho apresentado.

"Durante quatro meses esse grupo não havia apresentado nenhum material relacionado ao TCC e, de uma hora para outra, eles apareceram com um trabalho super bem-escrito. Submeti o trabalho ao Agente de Busca de Similaridades e não deu outra: mais de 80% de plágio", recorda Ana.

Além de prometer poupar o professor de assinar um trabalho inverídico, o soft ware também deve reduzir o tempo de verificação gasto pelos docentes. Marcel André Valluis, orientador do curso de administração da Faculdade Don Domênico, no Guarujá, ainda não testou o programa, mas acredita que, com o advento da internet, ficou muito mais fácil para os alunos do ensino superior fraudarem suas monografias.

"Como orientador, procuro checar se há plágio, utilizando recursos como o Google, o que me consome muito tempo. Com esse novo software, certamente o trabalho de checagem dos orientadores de TCC ficará bem mais fácil", acredita.
O criador do software, Fernando Macedo, começou a trabalhar no programa ainda em 2003, quando era estudante universitário, ao perceber a dificuldade e a demora de um de seus professores em verificar a veracidade de alguns trabalhos apresentados em sala de aula.

Ele revela que, no início, a reação dos colegas de sala foi taxá-lo de 'dedo duro', mas houve compreensão da importância da ferramenta. "Eles queriam entender os detalhes técnicos do software, mas não contei. Se revelasse eles poderiam descobrir como burlar o sistema", explica.

Ciente de sua invenção, o professor deixa em aberto a possibilidade de outras pessoas contribuírem para aperfeiçoar ainda mais o programa. "O produto ainda não está acabado. A ideia foi utilizar um software livre, disponível a quem quiser melhorá-lo", diz.

O programa antiplágio pode ser acessado de qualquer parte do Brasil, por meio do site da UniSantos (www.unisantos.br/detectaplagio).

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