Comentávamos sobre este assunto nas aulas de Dir. Econômico e Dir. Financeiro.
Quando se trata de compreender o que vem a ser soberania, para fins de relação com outros estados, tal aspecto político somente pode ser entendido e aceito na medida que o estado proponente do exercício de sua soberania tenha capacidade de demonstrar e efetivar força militar.
Soberania entre estados não se confunde ou se antepõe com questões de comércio, diplomacia, cultura, etc., etc., etc.
Somente se passa a firmar acordos bilaterais e ou multilaterais com estados de mesmo porte militar, de mesmo porte quanto a capacidade de demonstrar força. É uma fase posterior, se se prentende defender a soberania interna e ser respeitado no palco internacional. Do contrário, não se é levado a sério.
O Brasil faz concessões demais. Parcimonioso demais.
As questões de comércio, diplomacia, cultura, etc., são interações entre estados soberanos em fase posterior e em razão da igualdade de forças.
De modo diferente, quando não se tem igualdade de forças, o tratamento comercial é sempre em razão do que pode ser explorado. E considerando que o Brasil é ou será o celeiro do mundo, é evidente que todos possuem interesse comercial no Brasil, mas isso não significa que sejamos respeitados.
Se o Brasil realmente pretende ter assento e vaga permanente na Seção de Segurança da ONU, terá que manter um efetivo de força muito maior do que possui, além de ter que demonstrar pulso firme para resolver impasses, adotar posições e credos políticos dos quais seja capaz de defender com a força, acaso ela se faça necessário.
Do contrário, continuaremos sendo piada no exterior e um terreno fértil para aventuras e explorações comerciais.
JD.
20/04/2010 - 04h41
Jeito 'amoroso' do Brasil é obstáculo para estar entre os grandes, diz jornal
- Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad (esq.), cumprimenta o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Diplomacia e estilo "paz e amor" de Lula é obstáculo para o país ingressar no grupo de países influentes, diz o Financial Times
Artigo publicado nesta terça-feira (20) pelo jornal britânico Financial Times afirma que o jeito "amoroso" do Brasil é um obstáculo para que o país consiga um lugar entre as grandes potências no cenário internacional.
O texto assinado pelo jornalista John Paul Rathbone afirma que, após a crise financeira global, o Brasil "tornou-se importante na comédia das nações, quase sem ninguém perceber".
((Assinantes UOL ou Folha podem ler o artigo completo clicando aqui))
Há seis anos, o Brasil participava apenas pela primeira vez como convidado de uma reunião do G8, grupo que reúne as maiores economias industrializadas do planeta, e tinha mil diplomatas espalhados pelo mundo. Hoje, segundo o jornal, o Brasil tem 1,4 mil diplomatas e sua voz, ao lado da Turquia e China, é importante em questões internacionais, como as sanções nucleares ao Irã.
Política de 'arco-íris'
No entanto, segundo o texto, "a política de arco-íris do Brasil pode estar atingindo o seu limite e poderia até colocar em risco a vaga permanente no Conselho de Segurança que o país cobiça".
No entanto, segundo o texto, "a política de arco-íris do Brasil pode estar atingindo o seu limite e poderia até colocar em risco a vaga permanente no Conselho de Segurança que o país cobiça".
"Gafes recentes mudaram a imagem açucarada do Brasil e do seu presidente também", afirma o Financial Times.
Entre os episódios citados pelo jornal estão a crítica feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à greve de fome ativista cubano Orlando Zapata e os comentários do presidente sobre protestos da oposição após as eleições no Irã – quando Lula disse que as manifestações eram "choro de perdedores".
Entre os episódios citados pelo jornal estão a crítica feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à greve de fome ativista cubano Orlando Zapata e os comentários do presidente sobre protestos da oposição após as eleições no Irã – quando Lula disse que as manifestações eram "choro de perdedores".
O jornal também destaca o fato de que o Brasil condenou a instalação de bases militares americanas na Colômbia, mas ignorou a compra de armas russas feita pela Venezuela ou o suposto apoio do governo de Caracas às milícias das Farc.
"Para os críticos, essa é uma política externa irritante – narcisista e ingênua. Mas como todos os países poderosos, o Brasil está perseguindo o que acredita que sejam seus interesses. Se ele está fazendo isso bem é outro assunto", diz o texto.
Para o jornal, o Brasil tem diplomatas de competência reconhecida, sobretudo na área comercial, mas o país não tem institutos de pesquisa capazes de abastecê-los com informações sobre o mundo, como Moscou e Washington, o que levaria o país a cometer "erros" e não se acostumar "aos holofotes da opinião internacional".
"Isso custou pouco ao Brasil até agora", diz o Financial Times.
"Ainda assim, muitos sentem que se o Brasil vai se sentar na principal mesa, ele terá de tomar decisões difíceis", afirma o jornal, citando a posição do país sobre propriedade intelectual na Rodada Doha.
"Ainda assim, muitos sentem que se o Brasil vai se sentar na principal mesa, ele terá de tomar decisões difíceis", afirma o jornal, citando a posição do país sobre propriedade intelectual na Rodada Doha.
Outro desafio do Brasil, segundo o artigo, acontecerá após as eleições, quando o país perderá o "charme de Lula".
"A imagem do império carinhoso pode não durar mais", conclui o texto.
"A imagem do império carinhoso pode não durar mais", conclui o texto.
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