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sábado, 2 de outubro de 2010

MANIFESTO EM PROL DO SEGUNDO TURNO - A PERDA DE UMA CHANCE - PRESTEM ATENÇÃO EM MARINA

Transmito a excelente missiva do nobre colega Dr. André Ferraz:

 

Prezados,

Não venho aqui para causar terrorismo, tentar impedir o exercício da livre consciência ou a liberdade de sufrágio das pessoas. Muito pelo contrário.

Não falarei aqui, das tentativas de calar a imprensa. Não falarei aqui, dos candidatos cacarecos que apóiam os dois lideres nas pesquisas eleitorais. Não falarei da tentativa de aniquilar partidos. Não falarei da corrupção dentro dos anais do planalto, no gabinete de ministérios. Não falarei da prepotência para com Cristo e com Deus. Não falarei da tentativa de calar aqueles que tentam mostrar a verdade. Não falarei dos flashes de autoritarismo de um ou de outro candidato, ou mesmo de um governo que se encerra.

Na qualidade de cidadão livre e desatrelados de laços políticos ou pessoais de qualquer sorte, sirvo-me deste texto para emanar minha opinião e solicitar uma segunda chance de debate em prol da nação.

Verificamos que, nestas eleições, existiu a tentativa de se impingir um caráter plebiscitário, inclusive com a usurpação de possíveis candidaturas (Ciro Gomes que o diga), com o único fito de evitar um terceiro ou quatro ponto de vista sobre o Brasil.

A priori, não tivemos candidatos.

O que se viu, de um lado, foi uma garota propaganda de Lula, fazendo marketing pessoal deste e marketing negro de Fernando Henrique, numa completa hipocrisia, uma vez que as linhas fundamentais, as bases de ambos os governos muito mais que se assemelham do que se afastam. Não houve a definição de nenhum projeto de futuro para o Brasil, mas o pragmatismo de uma continuidade conservadora que já dura 16 (dezesseis) anos

De outro lado, tivemos o garoto propaganda de si próprio, usurpando para si projetos de um governo que enfrentou diversas crises, mas que conseguiu estabelecer as bases para uma economia forte e independente, com a modernização e eficientização do estado Brasileiro, mas que não pode colher os frutos do seu trabalho, ante a alternância no poder, como é de praxe em sociedades democráticas.

Referido candidato esquivou-se do seu grande apoiador, daquele que lhe deu as condições e garantias necessárias para executar os seus excelentes projetos no Ministério da Saúde, ou mesmo, no Ministério do Planejamento. Esqueceu-se de que, quem sanciona as leis, quem assina as medidas provisórias e quem aprova e executa o plano de governo é o Presidente, com o apoio dos Ministros e equipe de apoio.

Um governo é feito por uma equipe, sempre orientada por um líder, o Chefe do Poder Executivo. Os erros e acertos são compartilhados. Mas ambas as candidaturas esquecem deste fundamento básico da administração moderna.

De um lado, temos o cesaropapismo em torno de Lula, que chega a se comparar a Deus, mas esquece que não governou sozinho, mas com toda uma equipe. Esquece que a Casa Civil, não executa projetos, é mero órgão de coordenação e assessoramento da presidência, apesar de sua desvirtuação para interesses políticos partidários e lobby. TRATOU-SE DE UMA CAMPANHA IMPOSTA PELA IDOLATRIA.

De outro, temos um candidato que entende se resolver em si próprio, entende que os problemas do Brasil dependem de si para serem solucionados. Um candidato nitidamente egocêntrico, apesar de sua inconteste competência e vontade de trabalhar. TRATOU-SE DE UMA CAMPANHA SEM PROJETO E ABSOLUTAMENTE EGOCÊNTRICA.

Entre estes candidatos, houve a tentativa de comparação, não de projetos para o Brasil do Futuro, mas sim entre dois ÍDOLOS. Um forjado pelos profissionais  de marketing e outro forjado pelo seu próprio ego. Ambos, munidos de muita propaganda sem conteúdo. Esqueceu-se do terceiro ÍDOLO, forjado no passado nos mesmos moldes do primeiro e atual presidente, mas alijado do processo eleitoral pelo seu próprio pupilo.

A campanha falhou em conteúdo político, na minudência científica da expressão e não do jargão, em conteúdo ideológico, em conteúdo moral e em conteúdo programático. Uma campanha absolutamente sem fundamento de validade.

EM SENTIDO DIAMETRALMENTE OPOSTO, TIVEMOS A CANDIDATURA TÍMIDA DA EX-MINISTRA DO MEIO-AMBIENTE DESTE GOVERNO QUE SE ENCERRA, MARINA SILVA. Uma candidata afastada do debate eleitoral pelo nosso sistema político, que impede a ascensão natural de líderes, mas que privilegia a venda e o oportunismo de partidos sem ideologia.

AFASTADA, SOBRETUDO, do debate eleitoreiro, plebiscitário, idolatra e egocêntrico entre os vermelhos e os tucanos, uma vez que a discussão em torno de propostas, não interessa aos profissionais de marketing, que buscam apenas vender ilusões, tornar algo essencialmente ruim, em algo aparentemente bom.

Referida candidatura, apesar de tímida, mostrou-se honesta em suas convicções e ideologias, apresentou propostas dignas e condizentes com o trabalho histórico do partido e da candidata, propostas para um futuro tenebroso e sombrio que se aproxima e já se faz presente em determinados momentos. Uma candidata que não apresenta o radicalismo dos cacarecos, que visa o respeito a preceitos e garantias constitucionais da liberdade de opinião, liberdade de propriedade, prosperidade  econômica e livre iniciativa.

Uma candidatura marcada pela presença na candidatura à Vice-Presidência, do Presidente de uma empresa eminentemente brasileira, que se desenvolveu, cresceu e hoje é uma das mais rentáveis e maiores empresas do país, respeitando o meio-ambiente, promovendo inclusão social e desenvolvimento sustentável.

Ao contrário do que se tenta rotular, não te trata de uma candidatura monotemática, que bate na mesma tecla, ou repete a mesma música como um disco arranhado. É uma candidatura que percebe um problema, o maior problema a ser enfrentado pela humanidade, e parte do mesmo como premissa, pensando um Brasil de Futuro que alie prosperidade econômica com respeito ao Meio-Ambiente.

O nosso país tem condições não apenas de ser o celeiro mundial, o maior fornecedor de alimentos. Nós temos condições de sermos pioneiros em desenvolvimento sustentável e, com base nesta premissa, garantir não só a nossa continuidade da nação no futuro, mas a prosperidade da nação para o futuro.

O ÍDOLO Lula, forjado pelo marketing de Duda Mendonça, defende um suposto direito de que nós, como emergentes, podemos poluir, porque os países ricos já poluíram e cresceram e agora é a vez do Brasil fazer o mesmo, para depois falarmos em preservação. Esquece-se que a história mostra os erros do passado, para que possamos evoluir no futuro. Esquece-se que o direito à vida, à perpetuação de nossa civilização, é um direito indisponível da humanidade e não de um ou outro país.

Diversos países europeus, que hoje executam metas firmes e arrojadas de controle de poluentes, despertam o Brasil para a perda de uma chance. A perda da chance de continuarmos como uma das maiores economias com respeito ao meio ambiente.

Infelizmente, o sistema brasileiro não permitiu no primeiro turno que Marina pudesse expressar melhor sua temática e suas propostas para os diversos problemas do Brasil.

Não houve tempo de defender um sistema previdenciário superavitário, saindo do sistema unicamente contributivo e deficitário, para o sistema de capitalização, semelhante ao Chileno. Proposta esta que pertuba os burocratas e apadrinhados políticos. Proposta defendida pela candidatura de Ciro Gomes, mas que fora AUTORITARIAMENTE alijada do processo pelo atual governo. Um sistema que garante a aposentadoria para quem perde a ponta do dedo mindinho, mas que nega aposentadoria para paraplégicos.

Não houve tempo para defender a implantação de um modal logístico integrado, baseado nas ferrovias e hidrovias, meio menos poluente, de forma a reduzir o “Custo Brasil”, que alimenta o inchaço e apadrinhamento estatal.

Não houve tempo para se discutir a reforma agrária, a guerra do campo, um grande precursor dos problemas sociais no País.

A candidatura de Marina, uma possível ida sua ao segundo turno, incomoda não apenas os tucanos, incomoda sobretudo este governo.

A lisura da candidatada Marina impede a atuação do  marketing sujo. O seu desempenho no Ministério do Meio-Ambiente, impede o ataque direto e frontal que não se qualifique como um tiro no próprio pé.

A sua história de vida (ver sua biografia em http://www.senado.gov.br/senadores/senador/marinasi/biografia.asp) é pautada pela superação. Pela superação de diversas doenças, como várias hepatites e uma malária. Pela superação ao analfabetismo, para se formar em história e concluir uma pós-graduação. Em nenhum momento se encostou em partidos ou sindicatos como meio de vida. Sempre trabalhou. Sua vida política é pautada pela ética, pela moral e pelo enfrentamento do sistema. É concebida pelo jornal britânico The Guardian, em 2007, uma das 50 pessoas em condições de ajudar salvar o planeta. Enfrentou a ditadura com dignidade, com difusão de idéias  e não com a difusão de armas. EM SUMA, a sua ida ao segundo turno impede o marketing do cesaropapismo, da idolatria em torno de Lula.

A candidatura de Marina, a sua ida ao segundo turno ,é temida pelos tucanos e pelos vermelhos, na medida em que imporá a estes o debate pelo Brasil, o debate pelo futuro e não apenas o jogo matemático e de marketing de quem fez mais, de qual governo teve mais  ou menos escândalos.

MARINA NO SEGUNDO TURNO, é a chance do Brasil e dos eleitores verem uma eleição democrática, de idéias e de projetos para o futuro. É a chance de pensar o Brasil a longo prazo. É a chance de sair do promessômetro até aqui imposto.

Não venho aqui defender ou pedir voto. Venho aqui pugnar por uma chance de maior discussão, de uma verdadeira discussão de idéias e projeto. Venho pedir apenas uma reflexão sincera e impessoal. Venho pedir que não deixemos o Brasil perder uma chance. Venho pedir uma chance a Marina mostrar no segundo turno, em igualdade de tempo e de condições, suas propostas e discutir projetos para o Brasil, sem Lula, sem FHC, sem Serra, sem Tucanos, Verdes ou Vermelhos. Apenas duas pessoas, mulheres ou homens discutindo em prol do país e do nosso futuro.

Atenciosamente

ANDRÉ FERRAZ

Advogado, cidadão e eleitor livre.

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