Pesquisar este blog

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Diplomacia de sonâmbulos

Diplomacia de sonâmbulos

Por Olavo de Carvalho

31 Maio 2010

RESUMO: O elemento durável e decisivo na História são as religiões: o Estado, a nação e, no fim das contas, tudo o que hoje se denomina "política" são apenas a espuma na superfície de uma corrente que se constitui, em essência, da história das religiões.

Pergunto-me se alguém, no nosso governo, tem alguma compreensão do pano-de-fundo religioso, místico e esotérico das manobras do presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad. A resposta é evidentemente "Não". A simples idéia de que em política a religião possa ser algo mais que um adorno -- ou disfarce -- publicitário é absolutamente inalcançável para os brucutus do Palácio do Planalto e para os galináceos engomados do Itamaraty. Toda vez que essa gente toma decisões em assuntos que pairam infinitamente acima de seus neurônios e arrastam o povo na direção de um destino que este compreende menos ainda, a liderança intelectual, política, empresarial e militar deste país deveria bater no peito e, genuflexa, recitar: Mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa. O Brasil está se transformando no instrumento mais passivo, bocó e inconseqüente de políticas internacionais desastrosas que, nas presentes condições, não podem sequer ser objeto de um debate público sério por absoluta falta de debatedores informados.

A ideologia dominante no mundo moderno apregoa que a sociedade política é uma realidade auto-subsistente, dentro da qual, e como parte subordinada da qual, existe um fenômeno chamado "crenças", cujo exercício o Estado, conforme lhe dê na telha, protege ou reprime.

Essa visão das coisas, hoje tida como dogma do senso comum, é diretamente contraditada pela realidade histórica. Não existe no universo um só Estado ou nação que não tenha surgido desde dentro das religiões, como capítulo fugaz da história dos seus antagonismos internos e externos. O elemento durável e decisivo na História são as religiões: o Estado, a nação e, no fim das contas, tudo o que hoje se denomina "política" são apenas a espuma na superfície de uma corrente que se constitui, em essência, da história das religiões, tomado o termo num sentido amplo que abrange os movimentos ocultistas e esotéricos, incluindo os que se travestem de materialistas e agnósticos (o marxismo é o exemplo mais nítido: leiam Marx and Satan, do pastor Richard Wurmbrand, e To Eliminate the Opiate, do rabino Marvin Antelman, e entenderão do que estou falando).

Obscurecido pela ilusão da "política", o predomínio absoluto do fator religioso na História mostrou uma vez mais sua força no instante em que o projeto de governo global, muito antes de se traduzir em medidas políticas concretas, teve de se constituir, já desde os anos 50, numa engenhoca espiritual que acabaria por tomar o nome de United Religions Initiative (cito uma vez mais Lee Penn, False Dawn: The United Religions Initiative, Globalism and the Quest for a One-World Religion, leitura obrigatória para quem quer que deseje entender o mundo de hoje).

Mas, se as lideranças globalistas estão bem cientes desse fator, ele continua ignorado pela massa dos analistas políticos, comentaristas de mídia e "formadores de opinião" em geral, apegados, por força da sua formação universitária, ao mito do "Estado leigo", como se a razão de ser deste último não fosse, precisamente, o advento final de algo como a United Religions Initiative.

O único lugar do planeta onde a consciência do poder da religião como força modeladora da História está viva não só entre os intelectuais como até entre a população em geral, é o Islam. Por isso é que milhões e milhões de muçulmanos têm um senso de participação consciente em planos estratégicos de longuíssima escala -- em escala de séculos -- para a instauração do império islâmico mundial. Esse senso, aliado à completa invisibilidade dessa escala no horizonte histórico estreito dos políticos ocidentais, basta para explicar que o Islam tenha hoje a maior militância organizada que já se viu no mundo - um poder avassalador a cuja marcha triunfante os países mais ricos e supostamente mais fortes não sabem nem podem oferecer senão uma resistência verbal perfeitamente inútil.

Habituados a raciocinar em termos de poderes estatais, militares, econômicos e burocráticos, os estrategistas do Ocidente perdem freqüentemente de vista a unidade profunda do projeto islâmico ao longo do tempo, nublada, a seus olhos, por divergências momentâneas de interesses nacionais que, para eles, constituem a única realidade efetiva. E nisso refiro-me aos estrategistas das grandes potências, não a seus macaqueadores de segunda mão que hoje constituem a "zé-lite" da diplomacia luliana. Estes não têm sequer a noção de que exista, para além dos lances do momento, um projeto islâmico de longo prazo, ao qual servem sem atinar com o sentido daquilo que fazem ou dizem. Movem-se na cena do mundo como sonâmbulos errando entre sombras, imitando o soneto célebre de Fernando Pessoa:

"Emissário de um rei desconhecido,

Eu cumpro informes instruções de além,

E as bruscas frases que aos meus lábios vêm

Soam-me a um outro e anômalo sentido."

Disponivel em:

http://www.midiasemmascara.org/artigos/religiao/11114-diplomacia-de-sonambulos.html

Por que todos odeiam Israel?

http://www.midiasemmascara.org/artigos/internacional/oriente-medio/11123-por-que-todos-odeiam-israel-.html

Blog do Mr. X | 03 Junho 2010
Internacional - Oriente Médio

Putin matou duzentos mil muçulmanos chechenos. Os jordanianos mataram em um só mês (Setembro Negro) dez vezes mais palestinos do que os israelenses em 40 anos. Há menos de um mês, um barco sul-coreano foi torpedeado e morreram 46 pessoas, e ninguém está "indignado".Por que alguns mortos valem mais do que outros?

Se é verdade que "os sionistas controlam a mídia", como se explica que esta seja tão fanaticamente anti-Israel? Nenhum outro país é tão vigiado, tão vilipendiado, tão acusado. Se os "sionistas" de fato controlam os meios de comunicação, estão fazendo um péssimo serviço.

Há uma guerra civil no Congo que dura até hoje e que já matou mais de cinco milhões de pessoas em poucos anos. É a guerra com maior número de vítimas desde a II Guerra mundial. Ninguém se importa. Ninguém vai levar medicamentos, água ou comida para esses pobres desgraçados. Não vai haver nenhuma "frota da paz" nessa direção. Ninguém vai comentar em blogs.
Putin matou duzentos mil muçulmanos chechenos. Houve uma única jornalista que protestou, e terminou suicidada com dois tiros. Quanto ao resto da mídia, silêncio.
Os jordanianos mataram em um só mês (Setembro Negro) dez vezes mais palestinos do que os israelenses em 40 anos. Mesmo hoje, morrem mais muçulmanos nos conflitos sunitas versus xiitas do que no conflito com Israel. Mas se árabe mata árabe, ninguém se importa.
Há menos de um mês, um barco sul-coreano foi torpedeado e morreram 46 pessoas, e ninguém está "indignado".
Por que alguns mortos valem mais do que outros?

octopus

Agora temos o caso da tal "frota da paz". Eis seus pacíficos passageiros.
É verdade, nem todos na frota eram dessa laia. Alguns eram apenas idiotas úteis, candidatos ao troféu principal dos Darwin Awards (quem mais iria para uma zona de guerra fazer "turismo de protesto"?)

Claramente, tratava-se de uma armadilha. Israel não tinha como vencer: se deixasse os barcos passarem, perdia a moral e a segurança. Se afundasse os barcos, mesmo estando de acordo com a lei internacional (*), o país seria crucificado.
Os israelenses optaram pela opção, a meu ver equivocada, de revistar o barco com soldados, os quais foram recebidos a pauladas, como bem mostra o vídeo no post anterior. Algumas dezenas de soldados contra uma massa humana tentando linchá-los. Nessas condições, o confronto foi inevitável.
O problema poderia ter sido resolvido sem a abordagem, com tiros de advertência de um canhão, seguidos de tiros reais caso o navio continuasse. O escândalo midiático seria provavelmente o mesmo, mas não se colocaria em risco a vida de soldados, e talvez houvesse menos vítimas, já que os caídos ao mar poderiam ser resgatados.

A imagem de Israel sai arranhada, e não podia ser diferente. Israel está virando, para a mídia, a nova África do Sul. Não, não faço aquela velha e gasta comparação com o sistema do apartheid, que era algo totalmente diferente ao que ocorre hoje no Oriente Médio. Mas o país recebe internacionalmente a mesma tentativa de desqualificação total. Assim como todos estavam contra a África do Sul nos anos 80, hoje todos estão contra Israel.
Curiosamente, foi nesta mesma semana que saíram notícias sobre um suposto acordo secreto entre Israel e África do Sul, no qual Israel teria tentado (sem sucesso) vender armas nucleares ao país africano. Logo depois soube-se que as notícias eram falsas, mas não poderia ser mais clara a tentativa de igualar os dois países como párias da humanidade (ou, alternativamente, bodes expiatórios da Sempre Boa "comunidade internacional").
Israel e a velha África do Sul, na verdade, têm muito pouco em comum no que se refere à organização política, até porque Israel é uma sociedade democrática e multiracial. (E se Israel negociava com a África do Sul, era porque o bloqueio árabe deixava poucas outras opções.)

Mas, de certo ponto de vista, a antiga África do Sul e Israel podem ter sim ao menos uma coisa em comum. Se Israel pode ser visto, dependendo da ideologia, tanto como opressor de pobres palestinos ou como um minúsculo país judeu cercado por milhões de inimigos árabes, da mesma forma a África do Sul poderia ter sido vista, não só como um país de brancos malvados oprimindo negros, mas também como um país onde uma minoria branca estava cercada por milhões hostis de maioria negra.
(Não estou apoiando o apartheid, que fique claro: só observando a disparidade das populações, entre judeus e árabes em um caso, e entre brancos e negros do outro, e o ódio entre ambos. É verdade também que o desgosto da mídia é seletivo. Imagine um sistema no qual os brancos sejam oprimidos e expulsos de suas terras, quando não mortos, e pergunte-se se ocorreria o mesmo escândalo. Pois esse país existe, chama-se Zimbábue. Imagine um ou mais países onde os judeus sejam expulsos à força e percam todas as suas propriedades. Também existem, são os países árabes após 1948. Ninguém liga.)

Bem, fora isso, é claro que o apartheid era um sistema opressivo de separação racial que pouco ou nada tem a ver com o que ocorre em Israel, onde o conflito é bem outro e tem origens territoriais e religiosas muito antigas. A similitude está no fato de que, assim como negros e brancos ainda não se dão bem na África do Sul, e alguns até acham que as relações pioraram, muçulmanos e judeus continuarão a se odiar enquanto o conflito por terras e religião continuar.
Pode cantar musiquinha, pode fazer propaganda, pode tentar macumba. O problema não vai se resolver. Há certas questões que são insolúveis mesmo por canais diplomáticos, e mandar "frotas da paz" só atrapalha. Embora talvez seja essa a intenção.

Alguns dirão que a propaganda dos islâmicos venceu, que este é o "Eldorado dos Carajás" israelense. Não importa. Para todos os efeitos, a hora das Relações Públicas acabou. Não interessa mais o que os intelectuais suecos pensem de Israel. O país enfrenta o momento mais delicado desde 1948, com Hizbollah superarmado ao norte, Hamas dominando Gaza ao sul, e a possibilidade de um Irã atômico que fala abertamente em aniquilar o país sob aplausos da comunidade internacional. Agora até a ex-aliada Turquia ameaça se virar contra, e os EUA de Obama tampouco são muito amigos, tendo cancelado uma série de auxílios ao país. Não há mais tempo para posar de bonzinho. É bala na agulha. É Israel contra todos.
Se acham que exagero, basta olhar a repercussão midiática de qualquer evento envolvendo Israel. O país jamais será visto com bons olhos. Até a ajuda que deu durante o terremoto no Haiti foi criticada por alguns (diziam que os sionistas estavam lá para roubar órgãos). Que África do Sul o quê - suspeito que nem a Alemanha nazista foi tão odiada em seu tempo. O ódio contra Israel é irracional, já que o conflito Israel vs. palestinos é um conflito menor, que não tem demasiada importância geopolítica, que não afeta quase ninguém fora daquela limitada região (fora os judeus mortos em atentados terroristas islâmicos em outras cidades) e que nem causou, proporcionalmente, tantas vítimas quanto outros conflitos muito mais sangrentos. Mais muçulmanos são mortos todo ano por muçulmanos do que os que Israel jamais matou. Morrem mais pessoas em um fim de semana nas guerras do tráfico no Rio do que em Gaza. Mas, contra um vendaval de ódio, é inútil argumentar.

Sinceramente, não sei de onde vem todo esse ódio. Poucos se importam se Sri Lanka massacra os tamis, se os Chineses reprimem os tibetanos, ou se os turcos eliminam os curdos. Esses três povos vitimizados tem tanta ou mais "legitimidade" para ter um estado próprio do que os palestinos, que não é uma etnia específica e é um termo que não existia antes de 1967. Mas ninguém se importa muito com eles.
Não, Israel não é perfeito. Muitas vezes erra mais do que acerta. Ultimamente tem cometido algumas trapalhadas, e seus políticos metem os pés pelas mãos. Pode-se argumentar que cometeu vários ataques desnecessários e até crimes de guerra. É válido criticar suas políticas, assim como as de qualquer outra nação. O país não é santo -- mesmo porque não têm opção de ser. Ou resiste, ou é destruído. E não se enganem: esse é o objetivo de seus inimigos. Destruir o país, aniquilar sua população, e colocar toda a área sob controle islâmico.
É claro que alguns ficariam felizes com a destruição de Israel, assim como ficariam felizes com a destruição dos EUA, ou mesmo de todo o odiado Ocidente. A esses, tudo o que se pode dizer é: cuidado com o que deseja, pois poderá se tornar realidade. O resultado vai ser muito pior do que você pensa.
Nota:

(*) Lei Internacional:
12 June 1994
SECTION V : NEUTRAL MERCHANT VESSELS AND CIVIL AIRCRAFT
Neutral merchant vessels
67. Merchant vessels flying the flag of neutral States may not be attacked unless they:
(a) are believed on reasonable grounds to be carrying contraband or breaching a blockade, and after prior warning they intentionally and clearly refuse to stop, or intentionally and clearly resist visit, search or capture.

samson-2

Sansão, o primeiro terrorista suicida.

Quanto custa um automóvel no Brasil ...

Veja o absurdo que é mordida dos governos Estadual e Federal.

toyota

 

A revista Época levantou uma comparação com o preço cobrado pelo Corolla em outros países. De 13 países pesquisados, o Brasil é onde ele custa mais caro. Nos Estados Unidos, ele é vendido por R$ 32.800 (US$ 19 mil), menos da metade do preço daqui. Na China, por R$ 37.100. No México, por R$ 37.200. Na Alemanha, por R$ 50.700. O preço médio dos 13 países é de R$ 45.800, 60% do preço nacional.