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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

CHUVAS NO RJ, SP E MG. DESASTRES. APOSENTADORIAS PARA OS EX-GOVERNADORES

Chuvas nesses Estados. Desastre no Rio de Janeiro e caos em São Paulo.
De outro lado, lemos estarrecidos nos jornais que ex-governadores, alguns que exerceram a função de forma interina e por poucos dias, menos de 10 é o caso do ex-governador do MS, estão recebendo aposentadoria vitalícia de R$ 24.000,00.
Até gente que se diz muito honesta e casta, com voto de pobreza e tudo o mais, surpreendem-nos com a ânsia por tais benefícios, gente como Pedro Simon, Álvaro Dias, Yeda Crusius, e uma lista muito maior.
Pedro Simon requereu o benefício de forma retroativa, isto é, pelo decorrer de mais de 20 anos, desde o tempo em que ele foi governador do RS. Tem quantia íntima a receber: R$ 1.600.000,00 (Um milhão e seiscentos mil reais).
Quer outra coisa melhor? Receberá tudo isso sem se submeter ao dragão chamado precatório, que é a forma pela qual o Estado perdulário brasileiro diz honrar suas dívidas.
Precatório só vale contra mim e você, não vale para as castas, estamentos superiores, nobres, senhores feudais e marajás.
Em Minas, pasmem, a lei estadual diz que é vedado, ou seja, é sigiloso os gastos públicos com tais estipêndios, não sendo possível revelar os nomes e os valores.
E ainda dizem que vivemos numa democracia. E eu concordo, em parte, pois é democracia para poucos, muito poucos, que gozam de todo poder e mordomia que o Estado lhes pode servir, cuja conta se debita a nós outros, pobres diabos.
É uma piada de muito mau gosto.
O então famoso wikileaks expôs hoje que uma das herdeiras do feudo de Zé Sarney, a gov. Roseana Sarney, possui conta e valores em paraísos fiscais desde 1993. 
E o que tem uma coisa com a outra? Digo, o que tem chuvas e desastres com as aposentadorias dos ex-governadores?
Simples. O Brasil padece, sempre padeceu e padecerá do crônico e central problema da administração da coisa pública, e que irradia efeitos e propaga sub-problemas para todos os lados e para tantos outros itens. Qualquer um item ou tema que desejar.
O nosso problema é a posse da res pública como se particular o fosse, é servir-se da res pública como se fosse a extensão da sua casa e dos bens, é servir-se da res pública mediante a criação de supostas regras, todas ilícitas se confrontadas com o sentido do que vem a ser uma República, é o descaso, o descompromisso, a negligência, o deixar para depois, a postura iracunda contra a necessidade de um Estado vigilante, fiscalizador e que faça a população entender a necessidade de ser fiscalizada e se submeter as normas.
É a cultura do laissez faire, laissez aller, laissez passer da nossa administração pública e da nossa cultura de convivência social quanto ao respeito às normas e regras.  
É inexorável. Tem que dar nesses quadros desalentadores que assistimos todos anos.
O próximo será você.
JD

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4900417-EI17544,00-Le+Monde+culpa+negligencia+de+autoridades+por+tragedia+no+RJ.html


'Le Monde' culpa negligência de autoridades por tragédia no RJ
20 de janeiro de 2011  07h32  atualizado às 07h47




19.01 - Nova Friburgo/RJ:  A enxurrada levou tudo o que encontrou pela frente, incluindo um ônibus e postes de energia elétrica. Foto: Ivaldo Anastácio/Futura Press
A enxurrada levou tudo o que encontrou pela frente em Nova Friburgo
Foto: Ivaldo Anastácio/Futura Press

As enchentes e deslizamentos de terra que deixaram mais de 700 mortos na região serrana do Rio de Janeiro são mais um exemplo da "negligência criminosa" das autoridades brasileiras, segundo afirma um artigo publicado nesta quinta-feira pelo diário francês Le Monde. "A nova tragédia, como outras no passado, ilustra a negligência criminosa de algumas autoridades eleitas. Por demagogia ou interesses eleitorais, eles deixaram que o concreto tomasse os morros, ou mesmo encorajaram a especulação imobiliária", afirma o artigo.
Para o jornal, "a fúria da natureza tropical" pode ter sido a responsável inicial pelo desastre, mas "os céus têm menos culpa que os homens". "Não há fim no inventário das muitas falhas que levaram à tragédia", diz o artigo, citando falta de capacidade para previsões meteorológicas precisas, inexistência de sistemas de alerta e a ocupação irregular em áreas de risco.
Regra
O diário observa que dados oficiais indicam que 5 milhões de brasileiros vivem em áreas de risco e que a própria presidente, Dilma Rousseff, admitiu que a situação é "mais a regra do que a exceção". Para o jornal, as responsabilidades pelo problema estão em todos os níveis do Estado. "A prevenção não faz parte dos discursos dos políticos, totalmente focados em ações imediatas, porque isso daria pouco retorno a eles nas eleições", afirma.
O artigo observa ainda que o próprio governo brasileiro havia admitido, em novembro do ano passado, que não havia implementado nenhuma das medidas recomendadas para informar, educar e alertar comunidades sob risco. "Nem mesmo com a criação de um banco de dados ou um site na internet", diz.
O jornal cita ainda a consultora da Organização das Nações Unidas (ONU) Debarati Guha-Sapir, do Centro de Pesquisas sobre a Epidemiologia de Desastres (Cred), de Bruxelas, na Bélgica, para quem é um absurdo que o Brasil, com "apenas um perigo natural para administrar", não consiga fazê-lo. "Este foi o 37º deslizamento de terra no Brasil em menos de dez anos", diz. "Imagine se o País também enfrentasse terremotos, vulcões ou furacões. O Brasil não é Bangladesh, não tem desculpas", afirma.
Veja onde foram registradas as mortes

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