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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Quem paga a conta da desoneração tributária no Brasil?

O Governo Federal a cada semana confere desoneração tributária para algum setor produtivo.
Significa que está abrindo mão de arrecadação de tributos, de dinheiro, previsto em lei.
Assim, quem verdadeiramente está a suportar este benefício concedido aos empresários?
Lógico, a sociedade. Ou seja, eu, você e todos os demais cidadãos, trabalhadores, e que são os verdadeiros contribuintes, os que realmente suportam o ônus do custo Brasil e quem suporta suas mazelas também.
Sendo o nosso sistema tributário regressivo (prejudica quem ganha menos), bem como tendo sua maior incidência e abrangência nos itens de consumo - bens e serviços, além da escorchante incidência de forma automática, na fonte, quando há renda; temos que toda a pseudo tentativa de desonerar a excessiva carga tributária brasileira não beneficiará a população, mas apenas os já abastados empresários, os detentores de grandes negócios nesse País desigual.
Sim, pois, o empresário, como já se vê, a exemplo da cesta básica, não repassará o desconto da desoneração para os produtos, e consequentemente, para o consumidor, que é o verdadeiro contribuinte, já que o custo tributário está inserido no preço da coisa, do produto.
A sonegação com o intuito de enriquecimento ilícito, de se locupletar, é prática secular no Brasil, pois, desconheço qualquer produto vendido com desconto justamente pelo fato do comerciante não estar recolhendo o tributo devido, ou seja, por sonegar o tributo.
Exemplo: ninguém concede ao consumidor desconto de ICMS, PIS, COFINS, etc., quando vende uma calça jeans sem nota fiscal.
E nós consumidores? Nem ligamos, não sabemos da tramóia que se passa nos bastidores da intriga fiscal brasileira mesmo.
Enfim, a desoneração fiscal, nova marca do governo do PT, será mais um calote eleitoral e financeiro sobre o povo.
Tudo feito pelo casuísmo e pelo efeito imediato, como é de praxe em nossa política e sociedade.
E quem continuará a pagar a conta é a classe operária e a classe média, os trabalhadores de um modo geral.
Pois, para transferir renda aos mais pobres, fizeram o bolsa família e essa conta é paga com a arrecadação tributária, especialmente oriunda dos produtos consumidos e das retenções na fonte, o IRPF (imposto de renda da pessoa física) por exemplo.
Nesse caso, os pobres coitados assistidos pelo bolsa família devolvem o dinheiro recebido ao consumir produtos de subsistência que são tributados, pesadamente, diga-se de passagem.
E, com a desoneração tributária, com todo um discurso bonito para atender os setores empresariais, o Governo deixa de arrecadar dinheiro, ou seja, a sociedade deixa de receber seus créditos e direitos, e os setores empresariais beneficiados não repassam os descontos da desoneração aos produtos e ao consumo.
Como maquiar esse grande negócio? Atendendo o gosto e o encantamento brasileiro com parcelamento (endividamento) em larga escala e com juros elevados.
Para melhorar a situação, o setor empresarial ainda lucra mais com o financiamento dos seus produtos, pois ainda receberão juros pelos mesmos, com os parcelamentos a perder de vista feitos pelos consumidores.
Realmente, o Brasil continua sendo a mesma colônia de sempre, um excelente lugar para grandes oportunidades, isto é, para grandes negócios.
Que o diga Eike Batista, um capitalista que não se envergonha de receber subsídios do Governo para ostentar seus negócios esdrúxulos e nada ortodoxos.

2 comentários:

  1. É muito bom quando o pensador, sem medo de ficar pobre, enriquece os mais carentes de preciosas informações; assim, como você fez.
    Quando eu crescer quero ser igual a você.
    Excelente.

    JJ

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