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quarta-feira, 24 de março de 2010

Capital erótico: você tem?


Vejam: a teoria se de que o mundo é movido em razão da ambição humana pelo poder e sexo, e vice-versa, agora é tese acadêmica.
JD

REVISTA ÉPOCA
Capital erótico: você tem?
ter, 23/03/10
por Isabel Clemente
categoria Uncategorized
Você está satisfeito com sua formação acadêmica? Fala línguas, tem experiência, um currículo admirável para progredir na vida? E capital erótico, tem? Sabe usá-lo a seu favor?
"Capital erótico" é um termo novo criado por Catherine Hakim, socióloga da London School of Economics and Political Science, na defesa de uma quarta categoria de habilidades pessoais, ao lado de capital econômico, social e cultural. No estudo Capital Erótico, recém-publicado na European Sociological Review, Catherine explica sua proposta: "Beleza e sex appeal se tornaram valores individuais importantes em nossa moderna e sexualizada cultura, tão importantes quanto qualificações educacionais".
Para definir esse poder erotizante, a socióloga listou os principais componentes. Você verá que beleza até conta, mas não é fundamental porque há outras 5 ou 6 características igualmente importantes para chegar ao conjunto do poder erótico.
Como socióloga, Catherine busca definir esse aspecto intangível da interação social, uma combinação de atratividade física e social que torna algumas mulheres e alguns homens companhias admiradas e desejadas no meio que freqüentam, especialmente pelo sexo oposto.
"O capital erótico é uma commodity sobre a qual estudos econômicos e sociológicos têm se mantidos cegos, apesar de sua palpável, e cada vez maior, importância em todas as esferas da vida social", escreve a autora. "Pessoas que exibem capital erótico acima da média são mais persuasivas, e quase sempre vistas como mais honestas e competentes. É mais fácil para elas fazer amigos, conseguir empregos e casar. Elas ganham, em média, 15% a mais", diz a socióloga.
E sabe quem consegue tirar mais proveito disso? A mulher. Primeiro, porque as mulheres costumam se preocupar mais com a apresentação pessoal e usam a vaidade a seu favor, diz a estudiosa. O segundo motivo é o incentivo masculino à erotização. Como há várias pesquisas mundo afora que apontam a disparidade de interesse sexual entre os gêneros, especialmente na faixa etária acima dos 35 anos, as mulheres estão numa posição de serem mais "demandadas" pelos homens, por isso mesmo vistas também pela ótica do poder erótico.
Acreditar que mulheres bonitas e atraentes contam com essa "ajuda extra" para progredir na vida não é uma grande novidade, mas a pesquisadora afirma que é totalmente falacioso afirmar que elas usam do charme para compensar falta de outros quesitos, como inteligência e poder econômico. Pelo contrário, Catherine afirma que o poder erótico vem ganhando importância crescente no mercado de trabalho e que pode fazer pela sua vida profissional, seja você artista, político, profissional de mídia, diplomata ou executivo, tanto quanto uma boa formação acadêmica.
A boa notícia, para quem começou a ficar preocupado com esse "item" tão sutil do próprio currículo, é que, segundo essa nova teoria, "capital erótico requer talento e habilidade, mas pode ser treinado, desenvolvido e aprendido". A proposta da socióloga é um tanto revolucionária, porque pretende incorporar à Sociologia o estudo dessa característica que seduz, atrai, mas que, não raro, não sabemos explicar.
Os seis componentes do capital erótico, segundo a autora
Beleza: Esse é um conceito que varia no tempo e entre culturas, mas é essencialmente valorizado por todos. O conceito moderno enfatiza a fotogenia, o que leva a valorização de homens e mulheres de olhos grandes, lábios carnudos e pele bronzeada.
Atratividade sexual: Não tem a ver com a beleza clássica, mas sim com um corpo sexy. É preciso lembrar que sex appeal tem muito mais a ver com estilo e personalidade, com "seu jeito de estar no mundo". A beleza é facilmente captada numa foto, mas o jeito como a pessoa fala e se move, não. É desse aspecto que trata a atratividade sexual.
Atratividade social: é uma mistura de graça, charme e outros dotes sociais, como a habilidade para deixar o outro à vontade, feliz e com vontade de conhecer você, possivelmente, desejando você também.
Vivacidade: aqui também trata-se de um mix de condicionamento físico, energia social e bom humor.
Apresentação: o modo como você se veste, usa maquiagem, o estilo do cabelo e acessórios é o que dá a uma pessoa uma boa apresentação.
Sexualidade: Nessa categoria, estão incluídos competência sexual, energia, imaginação erótica e outras características de um (a) bom (boa) parceiro (a) sexual. Não tem a ver com libido e, por motivos óbvios, só pode ser definida em particular, e não no convívio social.
Fertilidade: essa característica, segundo a autora, só vale para mulheres e em certas culturas que enxergam dotes especiais nas mães de crianças saudáveis e bonitas.
O estudo Capital Erótico está disponível, em inglês, no site da European Sociological Review.

Um comentário:

  1. Acho que pode-se chamar o capital erótico de poder de sedução. Pessoas sedutoras englobam exatamente o que citou Catherine Hakin.Isso me parece aquele negócio, criado por consultores, de criar termos novos para coisas que já existem há muito. É dar roupagem nova ao velho e sair por aí vendendo a idéia. E o pior é que costtume dar certo, a final o mundo é feito mesmo por uma minoria!

    Wlamir Ribeiro

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