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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Carlos Vereza sob espanto


Carlos Vereza!!!
Já chegamos e já ultrapassamos limites!
Mas isso não é obra exclusiva do PT.
Isso é fruto de tudo que é o Brasil, de nossa cultura desprovida de valores, pudores e virtudes.
O PT, assim como os demais partidos, e neste ponto ele foi mais eficiente, serviu-se desse nosso caldo cultural, de nosso gosto por autarquias pessoais e institucional, de ser servido por todos, pela família, por escravos, pelo governo local, pelo Estado.
A culpa é sempre do outro, da administração, da prefeitura... 
Não há caminho de volta, a tendência é piorar.
E estamos assustados com o PT porque a proporção é gigante, mas convivemos habitualmente e sem nos incomodarmos com atitudes "petistas" semelhantes no dia-a-dia, com nosso próprio comportamento, no trânsito, no cumprimento de normas mais simples, na relação de consumo em que somos enganados, na defesa dos nossos interesses e conveniências.
O PT nos envergonha porque estamos nos vendo no espelho, como um reflexo de imagem, tal qual se dá com nossa vergonha diante do Congresso Nacional.
A cultura brasileira tem um discernimento de ética muito peculiar: exigimos ética do outro, mas quanto aos atos próprios nós somos indulgentes, compassivos, flexíveis, nos auto perdoamos e não impomos a nós mesmos mudanças de comportamento.
E, institucionalmente, quando os pares têm a obrigação de julgar e apenar pessoas que fizeram as mesmas coisas que defendemos ou desejamos lá no íntimo, somos tendenciosos e levados a não aplicar pena ou relevar, pois além de termos dó, sabemos que em nossa cultura foi uma pequena coisa a transgressão da lei. Mas é justamente pelo fato de transgredir pequenas normas que não temos força moral para policiarmos, processarmos, julgarmos e apenarmos as que consideramos grandes.
Pior, por sermos dependentes do Estado em tudo, ficamos na expectativa de uma messias, e que o Estado dará conta de tudo, por si só.
Ora, esquecem-se que o Estados, suas instituições e seus agentes somos nós, com nossos valores. E se não estamos na máquina pública propriamente, participando de suas engrenagens, dela dependemos por causa dos serviços prestados e porque a elegemos para prestá-los, e para tanto a remuneramos com tributos, que permitimos sejam retirados de nós, do nosso esforço e renda, e, assim, temos legitimidade para cobrá-los, mas nem isso queremos, gostamos e sabemos fazer.
É tudo para a incumbência de responsabilidade do outro, do agente, do servidor, do oficial, da polícia... Eu quero mesmo é paz, é ficar de boa, é carnaval, é cerveja, é mulé, é futebó; quero mesmo é farriar.
Sim, no fundo essa é a nossa cultura, nossos valores nacionais. Brasil é diversão e todos querem gozar o paraíso, sem se esforçar para que ele o seja, mas apenas usufruir dos seus bens e riquezas.
Em que você acha que 514 anos assim dariam?
Nisso que temos hoje, um país sem ordem e sem objetivos concretos, definidos, com o fim de sermos uma Nação!
Somos ainda demasiadamente passíveis, sendo também um traço de nossa cultura maior, o ápice, que é o individualismo, o egocentrismo, a lei de Gérson: ter vantagem em tudo e sobre todos, que deságua na gravidade e extremidade de não termos cultura de coletividade, onde o problema do outro não é meu, não me importa; só me importará quando doer no meu lado, quando doer no meu calo.
É só analisar o comportamento de qualquer um quanto ao lixo que produz: lança em qualquer lugar, e uma vez descartado é problema da prefeitura e do coletivo, ou seja, do público.
Pessoas produzem lixo em suas casas e não têm a coragem sequer de recolher. São incapazes de colocar no cesto correto ou no local onde a coleta passa. Lançam em qualquer lugar... Se vier uma enchente, que causa problemas a muitos, de quem é a culpa? A culpa é do outro, é da prefeitura, é do coletivo, é do público.
Na nossa cultura, o que é coletivo ou público, não é de ninguém. É de alguém que está a meu dispor, mas eu não colaboro com nada, quero apenas a ser servido.
Sim, é verdade, nós merecemos o país e a sociedade desunida, individualista e anti-coletiva que temos!
Analise nosso trânsito, veja como as pessoas se comportam, "como são educadas", pois, ali é o substrato do exercício da parcela de poder de cada brasileiro, que é dirigir um carro. E quanto maior ou mais caro, maior é a "autoridade" exercida. Isto é, passa por cima de todos e não respeita regra alguma.
Do modo como o brasileiro lida no trânsito, num ambiente em que cada um tem parcela poder, assim, repete-se o comportamento em outras áreas de exercício de poder, seja ele qual for: administrativo, patrão, patrimônio, coisa pública, política, legislativo, judiciário, familiar, vizinhança, condomínio, religião, etc., etc., etc.....
É o mesmo comportamento de: "sabe com quem você está falando?!"
Todo brasileiro adora exclusividade e individualidade, irrita-se com as relações de coletividade: não se obedece regras de trânsito, vagas de garagem, normas de condomínio, filas de banco, filas de mercado, filas de lotérica, filas no trânsito..... Todos desejamos tratamento diferenciado, do alto da nossa importância.
Tudo isso é fruto da péssima influência e exemplos da colonização portuguesa: são 514 anos da mesma coisa, mesmo que hoje convivamos com web, wi-fi, celular, e-mail, etc.
Somos e seremos colônia: terra sem lei, de faz de conta, de oportunidade para grandes negócios, e de produção de víveres para as metrópoles: EUA, Europa e China.

Mudança? A começar em cada um.

Indigne-se!

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