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segunda-feira, 6 de abril de 2009

SEPARAÇÃO JUDICIAL

Estou me separando do contencioso e espero que o divórcio seja o mais breve possível.
A advocacia doravante será apenas na área consultiva e o contencioso deverá, se for o caso, ser apenas conseqüência das atividades de consultoria.
Já se vão 15 anos de advocacia e confesso que perdi a luta para a ineficiência do Judiciário.
Chega!
Usando as mesmas metáforas de Alfredo Augusto Becker: "minha face está desfigurada pelos golpes recebidos."
Advogar, isto é, tentar solucionar problemas de outros, perante um órgão (Judiciário) ineficiente, significa padecer.
Pois, como obter prestação do serviço jurisdicional, diante de uma instituição que leva 5, 10, 15, 20 anos ou mais apenas para dizer o direito e, após, submeter a mais longos anos para executar o que foi decidido? Nesse caso, como sobreviver, como ganhar o pão de cada dia?
O Judiciário nunca entendeu que ele é um prestador de serviços, como qualquer outro órgão estatal, e que deve satisfação a quem lhe custeia as atividades, além de ser eficiente no que faz.
Essas razões nunca estiveram presente no cotidiano desse Poder.
Se os outros poderes não merecem muito respeito, o Judiciário, baluarte e exemplo que deveria ser, optou por outro caminho, razão pela qual a população não lhe destina nota de crédito ou fé.
Como na época da ditadura militar não valia a pena ser advogado porque não existia liberdade, nos dias atuais, sob a ditadura da toga e dos seus interesses e conveniências, submisso ao poder econômico e distante, mas muito distante do povo e do País, preocupado em demonstrar poder e vaidades; advogar é algo impossível para aqueles que se pautam pela ética e que crêem na justiça como forma de vida da profissão.
A justiça brasileira só vale a pena para os réus e executados (devedores).
Faço ressalvas quanto a Justiça do Trabalho. Não que ela não padeça de problemas também, mas é bem menor que o chamado Judiciário Comum.
O mundo passa e dá voltas. As pessoas encontrarão outra forma de resolver seus problemas e não mais dependerão de um Judiciário ineficiente, caótico, ultrapassado e que insiste em desrespeitar o Direito e o Sistema Jurídico Nacional vigente, para se deleitar em seus privilégios e conveniências.
Meu receio é que as camadas mais pobres, desasistidas neste País desde sua fundação, resolva fazer justiça com as próprias mãos, cujas ocorrências já se dão atualmente.
D´outra banda, duro mesmo é ganhar pouco e ter pagar uma enorme carga tributária para sustentar o privilégio dos privilegiados num País de uma sociedade elitista tão insensível como a que convivemos.
Como diz Dalmo de Abreu, o problema do Judiciário é que ele é burguês. Um órgão que privilegia o patrimônio em detrimento da vida não pode ofertar soluções para os problemas sociais.
É como profetiza Isaías: "nossa justiça (dos homens) é como trapo de imundícia"
Hasta la vista!
JD.

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