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terça-feira, 4 de novembro de 2008

Homem Beta β

A vez do homem beta β
Sacaneado pelos amigos por não ser um exemplo de virilidade, o homem sensível - que não pega no pé, cuida das crianças e discute a relação - ganha a simpatia feminina com seus predicados
Ele é charmoso, carinhoso, atencioso e lhe manda uma mensagem de bom dia, na manhã seguinte daquele jantar incrível. Além disso, sabe cozinhar, tem ótima sintonia com as crianças, não é ciumento e não reclama se você chega tarde da happy hour com as amigas. Para completar, depois do filme acompanhado de brigadeiro de panela, é ele quem enfrenta a esponja e o detergente.

Esta é a descrição perfeita para o homem da sua vida? Pois bem, trata-se do homem beta, um novo rótulo para a figura masculina moderna. A denominação é oriunda do alfabeto grego, no qual a segunda letra, o beta, é voltado ao mundo das emoções. Assim, o homem beta é mais sensível e não se simpatiza com os jogos de poder masculinos, enquanto o macho alfa, primeira letra do alfabeto grego, tem o papel de líder valente, caçador e conquistador das fêmeas do bando.

Na prática, o homem beta gosta de falar dos sentimentos e não tem necessidade de ser o melhor em tudo. Gosta de cuidar dos filhos, divide as contas com a mulher e, se precisar, pode até ser sustentado por ela. Definitivamente, ele é avesso à ideologia machista, não tem vergonha de seu lado sensível e exerce atividades que, antigamente, eram da competência das mulheres. Ao contrário do homem alfa, que faz o papel de provedor, másculo e agressivo, o beta é um homem mais colaborativo que competitivo.

Casado há 10 anos com a arquiteta Mariana Andrade, pai de Andréia, de 1 ano, e de Mateus, de 3 anos, o administrador de empresas Daniel Santos não reclama do fato de ela ganhar mais do que ele. "Ela fatura mais, mas em compensação fica menos tempo em casa. Enquanto isso, sempre que posso, faço questão de passar mais tempo com as crianças e aproveito para preparar o jantar.", revela o marido prendado.

Este é um exemplo das relações conjugais atuais, que não comportam mais o modelo de casal tradicional, no qual o homem trabalhava fora o dia inteiro e era o único responsável pelo sustento da casa, enquanto a mulher cuidava das tarefas domésticas e dos filhos.

Depois de quase meio século de emancipação feminina, a mulher moderna não precisa mais da figura masculina como proteção. Segundo o terapeuta e consultor de relacionamentos Sérgio Savian, atualmente, "se o homem tiver um comportamento machista é capaz de ficar sozinho. As mulheres não admitem mais viverem como suas mães, avós e bisavós. As que ainda são casadas com homens machões estão prestes a se separarem e as solteiras relutam em se casar com um homem que mostre suas garras machistas.", analisa.

Seja na esfera social, econômica ou profissional, a mulher invadiu áreas antes dominadas pelos homens. Em contrapartida, a tendência é que o universo masculino comece a assimilar tarefas e comportamentos tidos como femininos, tais como a simpatia por discutir a relação afetiva e a disponibilidade para cuidar dos filhos. Para não criar nenhum clima de disputa e competitividade neste processo, a psicóloga Maria Helena Alcântara Lisboa, vice-presidente do Projeto Mulheres Inteligentes, ressalta que "o mais importante numa relação a dois é o respeito, que deve existir entre ambas as partes"

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